quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Nem tudo que brilha é ouro e nem toda luta é por uma causa justa



Edilberto Sena

Nem tudo que brilha é ouro e nem toda luta é por uma causa justa
O projeto da usina Belo Monte, um desastre imenso na Amazônia,
está em andamento, apesar de muitos protestos locais, nacionais e
internacionais. Até agora o governo federal não quer recuar. Assume a
responsabilidade pelo desastre, segundo o ministro Gilberto carvalho,
não há dialogo nem pressão que faça desistir. O que tem ser feito será
feito, é a palavra de ordem. Mesmo assim, os protetores se
multiplicam.
Nestes dias está havendo um bloqueio da rodovia transamazônica, lá
próximo ao canteiro de obras da futura hidroelétrica. Estão juntos,
Fetagri, organizações sociais, empresários e comerciantes de Altamira.
O bloqueio não tem a participação do movimento popular, Xingu Vivo e
seus aliados.
Por que o atual bloqueio e por que o aguerrido movimento Xingu
Vivo está ausente? Os grupos do atual bloqueio são favoráveis à
construção da hidrelétrica de Belo Monte e o Xingu Vivo é radicalmente
contra o desastre. Os que protestam hoje querem apenas umas
compensações em troca de apoiar a construção da usina. Querem luz
para todos, e querem discutir as ações do INCRA para assentar os
agricultores que perdem suas terras por causa da barragem.
Os comerciantes e empresários daquela região do Xingu estão
irritados porque até agora, a empreiteira Norte Energia deixou de lado
os negociantes de Altamira e buscam suas necessidades no sul do país e
eles querem vender seus produtos aos que trabalham na barragem e
querem algumas compensações ambientais. Até o governo do estado do
Pará, que apoia a construção da hidrelétrica, bloqueou a chegada de
máquinas compradas no sul, e não pagaram o ICMS no Pará. Portanto,
esses valentes resistentes querem ganhar as migalhas dos bilhões que
serão empregados na construção da desastrosa hidroelétrica Belo Monte.
Triste também é que para isso, esses grupos têm o apoio alegre de
deputados paraenses que se criaram defendendo os pobres da mal
construída rodovia transamazônica. Um deles se diz caboclo da
Amazônia, embora seja um gaúcho lourão, que já foi revolucionário em
defesa dos trabalha dores rurais do Oeste do Pará, hoje defende com
unhas e dentes a construção da hidroelétrica Belo Monte.
O governo federal certamente vai atender logo, logo as demandas dos
que hoje bloqueiam Belo Monte e continuará a ter o apoio deles para
continuar o desastre. Mas quem defende os rios e os povos dos
desastres de barragens não pode se iludir com a turma do atual
bloqueio de rodovia, pois nem tudo que brilha é ouro e nem toda causa
é justa

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